POR QUE O AGRO QUER SER POP? A REALIDADE POR TRÁS DA CONSTRUÇÃO IDEOLÓGICA DO AGRONEGÓCIO COMO “INDÚSTRIARIQUEZA” DO BRASIL
Keywords:
Discurso ideológico, Agrotóxico, AgronegócioAbstract
Em 1960 a agricultura transformou-se em agroindústria no Brasil. Visando a operação em escala e hegemonia na produção de alimentos, o agronegócio utiliza agrotóxicos, químicos, sementes transgênicas e outras práticas nocivas à saúde humana e ao meio ambiente. Seu poder se estabelece no país devido a alianças entre Estado, ruralistas e empresas privadas do setor de alimentos e agroquímicos. Nos últimos anos, o agronegócio vem construindo uma narrativa discursiva - que consideramos ideológica - para convencer a população de que se trata da melhor forma de se construir a “indústria- riqueza” do Brasil, tendo sido veiculadas propagandas de que o “agro é pop” e o “agro é tudo”. Este artigo tem como objetivo desvelar e evidenciar as externalidades negativas ocultadas nesse discurso ideológico. As perguntas norteadoras são: (a) De que forma e por que o agronegócio é perpetuado como um modelo econômico próspero no Brasil? (b) Quais são as externalidades negativas do agronegócio no uso de agrotóxicos para o meio ambiente e para a saúde da população? (c) Diante dos problemas gerados pelo agronegócio, que estratégias as organizações e indivíduos envolvidos com o setor têm adotado para fazer crer que o “agro é pop”? Seguimos pistas de investigação dadas pela Análise de Discurso. Seguindo o Paradigma Indiciário, construímos uma rede lógica de indícios buscando coerência analítica pela interpretação não ideológica das descobertas, considerando as causas e contradições sociais em torno das ações do agronegócio em sua totalidade. Concluímos ser urgente a emergência de um novo modelo de produção agrícola.