TRABALHO, PRECARIZAÇÃO E CONTROLE IDEOLÓGICO NA ECONOMIA DO TURISMO
Keywords:
agentes de viagens, subjetividade, precarização, turismo, trabalhoAbstract
Este estudo objetiva discutir uma dimensão específica das atuais condições e relações de trabalho imperantes na economia do turismo, notadamente, as problemáticas do sequestro da subjetividade (Faria & Meneghetti, 2007) e da captura da subjetividade sob o capitalismo manipulatório (Alves, 2008; 2011). O estudo mostra que a precarização do trabalho vigente entre os agentes de viagens segue a tendência estrutural do mundo do trabalho, contudo agravada pela necessidade de alta qualificação profissional e de excelência nos serviços imposta a uma massa de trabalhadores em situação de grande precarização. Verifica-se certo ajustamento do trabalhador ao imaginário da empresa; um sentimento de indispensabilidade e de merecimento pelo esforço e mérito; adesão e envolvimento com o todo organizacional, materializado pelo trabalho em equipe; a crença na colaboração efetiva do trabalho; e sentimento de entrega, doação e comprometimento. Isso termina requerendo trabalhadores que precisam vender sua personalidade (Mills, 1969) e sorrir de modo sempre agradável, amistoso e empenhado para os clientes (Hochschild, 1990), não obstante a enorme degradação das condições e relações de trabalho imperantes nos muitos setores da atividade turística.