NOTAS ETNOGRÁFICAS DO CORTEJO DE IEMANJÁ NA CIDADE DE AREIA BRANCA – RN

Abstract

Iemanjá, conhecida no Brasil como a rainha do mar, é um orixá, uma divindade de origem africana, que dentro do panteão cultuado no país é a mais popular. Seu nome deriva do iorubá Yèyé omo ejá, que significa “mãe cujos filhos são peixes”. Os festejos dedicados à Iemanjá ocorrem em todo o Brasil, em diversas datas, em decorrência do sincretismo religioso que marca a origem das religiões africanas no país. Na cidade de Areia Branca, os festejos à Iemanjá acontecem no dia 31 de dezembro, quando testemunha o maior ritual público da religião afrobrasileira: o cortejo de Iemanjá, como ficou popularmente conhecido. Terreiros, adeptos e simpatizantes da religião reúnem-se em procissão pelas ruas centrais da cidade em direção ao cais Tertuliano Fernandes, para em balsas, seguir pelo rio Ivipani até o encontro com o mar para deixarem suas oferendas. O cortejo já faz parte do calendário local de festas de fim de ano da cidade, como um momento único de visibilidade para essas religiões, sobretudo porque as oferendas realizadas durante o festejo não se limitam apenas aos adeptos dessas religiões, atestando a popularidade da crença a essa divindade tão afro quanto brasileira.