MYTH AND GLOBALIZATION, COSMOPOLITISM AND COSMOPOLITICS: HANNERZ AND SAHLINS MODEL FOR A ANTHROPOLOGY OF COMPLEX SOCIETIES MITO E GLOBALIZAÇÃO, COSMOPOLITISMO E COSMOPOLÍTICAS: O MODELO DE HANNERZ E SAHLINS PARA UMA ANTROPOLOGIA DAS SOCIEDADES COMPLEXAS

Abstract

ABSTRACT: The present work intends to discuss, based on a collection of texts by Hannerz and Sahlins, the unfolding of the epistemological, ethical and political crisis that characterizes actually anthropological thinking. In general terms, since the 1970s, when the last theoretical-methodological and thematic shift in Anthropology took place, anthropologists have sought ways to equip the discipline for the analysis of an increasingly globalized and urban societal space. Hannerz and Sahlins present a theoretical-methodological tool, as well as a relevant vocabulary for the study of complex societies, the World System or the World Culture of Cultures. The authors are concerned with overcoming the epistemological crisis of Anthropology, here embodied in the theoretical deficiencies of British Social Anthropology, the French Sociological School, the Writing Culture movement and the discourses around the Theory of Modernization and Dependency, demonstrating that the City, the Global Ecumene, New Cultural Synthesis, Flows, Hybrids and Borders, resulted in the phenomenon of plural, distributive culture. Far from having to lament the lack of an empirical object to be analyzed, - the isolated primitive, - it is up to the Anthropology to celebrate the 'indigenization of modernity', for Sahlins, and the understanding of ‘transnational culture’, for Hannerz. Keywords: Hannerz, Sahlins, myth and globalization, cosmopolitism and cosmopolitics, transnational culture, indigenization of Modernity.

RESUMO: O presente trabalho pretende discutir a partir de um apanhado de textos de Hannerz e de Sahlins os desdobramentos da crise epistemológica, ética e política que caracteriza o fazer e o pensar antropológicos atualmente. Em linhas gerais, desde a década de 1970, quando do último deslocamento teórico-metodológico e temático na Antropologia, os antropólogos buscam formas de municiar a disciplina para a análise de um espaço societal cada vez mais globalizado e urbano. Hannerz e Sahlins apresentam um instrumental teórico-metodológico, bem como um vocabulário pertinente para o estudo das sociedades complexas, do Sistema Mundial ou da Cultura Mundial de Culturas. Os autores se preocupam em superar a crise epistemológica da Antropologia, aqui encarnada nas deficiências teóricas da Antropologia Social Britânica, da Escola Sociológica Francesa, do movimento Writing Culture e dos discursos em torno da Teoria da Modernização e da Dependência, demonstrando que a Cidade, o Ecúmeno Global, as Novas Sínteses Culturais, os Fluxos, Híbridos e Fronteiras, redundaram no fenômeno da cultura plural, distributiva. Longe de ter que se lamentar pela falta de um objeto empírico a ser analisado, o primitivo isolado, cabe à Antropologia a celebração da ‘indigenização da modernidade’, para Sahlins, e a compreensão da cultura transnacional, para Hannerz. Palavras-chave: Hannerz, Sahlins, mito e globalização, cosmopolitismo e cosmopolíticas, cultura transnacional, indigenização da Modernidade.