VIDA EM MUTIRÃO: UMA ETNOGRAFIA SOBRE AÇÕES COLETIVAS NA COMUNIDADE ALEGRIA EM TIMBIRAS, MARANHÃO LIFE IN A COLLECTIVE EFFORT: AN ETHNOGRAPHY OF COLLECTIVE ACTIONS IN THE ALEGRIA COMMUNITY IN TIMBIRAS, MARANHÃO
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RESUMO: Este artigo tem como objetivo investigar, de maneira inicial, a partir da etnografia, processos de resistência, os limites e as possibilidades de re-habitar o território a partir das ações corporais sob a ótica de mulheres da comunidade Alegria (território Campestre), localizado na região dos Cocais, no município de Timbiras, Maranhão (distante 284 km da capital São Luís). Visa ainda, narrar as experiências de afetação vividos por mim durante as etapas do mutirão – mobilizações coletivas para reflorestamento em áreas altamente desmatadas – da construção do SAF (Sistema Agroflorestal). As fazendas e empreendimentos em curso sobre as 22 comunidades que compõem o território onde vivem cerca de 360 famílias e que compreende uma área de 17.000 hectares são marcadas por um contexto de violências socioambientais desencadeadas pelas fronteiras agroextrativistas que avançam sobre essas terras, impondo novas práticas, derrubando matas, envenenando rios e promovendo um verdadeiro estado de guerra. Os mutirões de reflorestamento na comunidade Alegria apresentam-se como lócus interessante para análise das técnicas corporais utilizadas durante o trabalho, sobretudo braçais. A partir das vivências em campo e de formulações teórico-metodológicas foi possível compreender que as mulheres, em especial, reivindicam e constroem uma forma de habitar o território contrastante com os fazendeiros e empresas com quem disputam a terra. Neste sentido, o referido artigo utiliza-se de referências de autores como: Mauss, Fravet-Saad, Bell Hooks, entre outros, que abordam temáticas sobre técnicas do corpo, afetamento, feminismo, subjetividade, na tentativa de pensar outras formas e relações de cuidado e interdependência entre humanos (não-humanos?) e a natureza. Palavras-chave: processos de resistência, técnicas do corpo, mutirão, organização coletiva, afetamento.
ABSTRACT: This article aims to investigate, in an initial way, from ethnography, processes of resistance, the limits and possibilities of re-inhabiting the territory from the perspective of bodily actions from the perspective of women from the Alegria community (Campestre territory), located in the region of Cocais, in the municipality of Timbiras, Maranhão (distant 284 km from the capital São Luís). It also aims to narrate the experiences of affectation lived by me during the stages of the joint effort – collective mobilizations for reforestation in highly deforested areas – of the construction of the SAF (Agroforestry System). The ongoing farms and enterprises on the 22 communities that make up the territory where about 360 families live and which comprises an area of 17,000 hectares that are marked by a context of socio-environmental violence unleashed by the agro-extractivist frontiers that advance on these lands, imposing new practices, cutting down forests, poisoning rivers and promoting a true state of war. The reforestation collective efforts in the Alegria community are an interesting locus for the analysis of the body techniques used during work, especially manual labor. From the experiences in the field and theoretical-methodological formulations, it was possible to understand that women, in particular, claim and build a way of inhabiting the territory that contrasts with the farmers and companies with whom they dispute the land. In this sense, this article uses references from authors such as: Mauss, Fravet-Saad, Bell Hooks, among others, who address themes about body techniques, affectation, feminism, subjectivity, in an attempt to think about other forms and relationships of care and interdependence between humans (non-humans?) and nature. Keywords: resistance processes, body techniques, collective effort, collective organization, affectation.
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